sábado, 10 de julho de 2010

Pará: Economia

Agricultura e pecuária. A economia estadual organizou-se, desde os tempos coloniais, em torno da coleta de produtos florestais. Ao colapso econômico da borracha sucedeu-se prolongada crise, de que só a partir de 1930 o estado começou a se recuperar.

A extração de madeira é uma das mais lucrativas fontes de rendas do Pará. Paralelamente, surgiu no estado uma economia baseada nas atividades agrícolas e pastoris, em que sobressai a pimenta-do-reino. Seguem-se em importância a juta, a mandioca, o arroz, a castanha e a borracha. A agricultura desenvolve-se em duas áreas ecológicas diferentes: a várzea e a terra firme. Na primeira, com solos periodicamente renovados pelas cheias do rio Amazonas, cultivam-se a juta, o arroz, o milho, o feijão e o coco-da-baía.

Na terra firme, cujos solos são mais pobres por não estarem sujeitos a inundações, cultivam-se a pimenta-do-reino e a mandioca. Essas culturas desenvolvem-se principalmente na região nordeste do estado (Bragança e Tomé-Açu).

Os rebanhos de bovinos e suínos são os mais numerosos da Amazônia. A maior parte dos bovinos encontra-se na ilha de Marajó, onde o boi, tradicionalmente, também é animal de sela, e onde se cria, de igual modo, uma rendosa espécie de búfalo trazida da Índia e bem ambientada na região.

Indústria. Belém concentra praticamente toda a atividade industrial do estado (produtos alimentícios, tecidos, minerais não-metálicos, madeira). São importantes produtos industriais, quanto ao valor de produção, os tecidos de juta, a madeira serrada (ou desdobrada), o cimento e vários tipos de bebidas.

Energia e mineração. A produção de energia elétrica, inicialmente toda de origem térmica, aumentou muito com a entrada em operação das hidrelétricas de Curuá-Una e Tucuruí.

Na década de 1970 revelaram-se, em Carajás, entre os rios Xingu e Tocantins, enormes reservas de ferro, alumínio, cobre, manganês, níquel, estanho e ouro. Também foram descobertas jazidas de manganês na bacia do rio Vermelho; de calcário, em Itaituba, Monte Alegre e Marabá. O ouro encontrado em Serra Pelada, onde funciona o único garimpo criado por lei no país, atraiu milhares de aventureiros de toda parte. Atividade exercida de forma primitiva e predatória, nas décadas de 1980 e 1990 causou escândalo, uma vez que vários rios do estado, entre os quais o Tocantins, foram contaminados pelo mercúrio despejado em suas águas, com graves conseqüências para a população e para o ecossistema.

Também se exploram diamantes e cristal de rocha, no vale do Tocantins. Perfurações da Petrobrás, no médio Amazonas, revelaram um dos maiores depósitos de sal-gema do mundo. Em Paragominas, Trombetas, Almeirim e Carajás, há vastos depósitos de bauxita. As reservas de bauxita de Carajás são consideradas gigantescas. O estado conta, ainda, com expressiva produção de alumínio.

Transportes. A extensa rede hidrográfica regional oferece condições para que a navegação fluvial seja o principal meio de transporte. Várias são as empresas que exploram esse recurso e usam embarcações com nomes típicos (chata, chatinha, gaiola, vaticano etc.). O porto de Belém é o mais importante da região amazônica. Não existem ferrovias. Na rede rodoviária, sobressaem a Belém-Brasília (BR-010), a Belém-São Luís (BR-316), com 903km, e a Transamazônica (BR-230), ainda incompleta em seus mais de cinco mil quilômetros.