quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pará: Geografia

Geologia e relevo. O relevo paraense, modesto, é formado por grandes superfícies planas ou onduladas. Cerca de 86% do território estadual encontra-se abaixo de 300m de altitude sobre o nível do mar. Cinco unidades de relevo compõem o quadro morfológico: (1) a planície aluvial ou várzea; (2) o baixo platô terciário ou terra firme; (3) a encosta setentrional do planalto Central; (4) a encosta meridional do planalto das Guianas; (5) e a planície litorânea.

A planície aluvial ou várzea estende-se ao longo do rio Amazonas e atravessa o estado de leste a oeste. É constituída por formações aluviais sujeitas a inundações periódicas. O baixo platô terciário ou terra firme, formado de terrenos sedimentares (arenitos), alarga-se, ao norte e ao sul da várzea, com um relevo tabular de aproximadamente cem metros de altitude. A encosta setentrional do planalto Central estende-se ao sul do baixo platô e seu relevo ondulado, talhado em rochas cristalinas, eleva-se gradativamente na direção de Mato Grosso.

A encosta sul do planalto das Guianas apresenta relevo similar e eleva-se gradativamente na direção da fronteira com as Guianas, ao longo da qual se ergue a serra do Tumucumaque, com 900m de altitude. A planície litorânea é dominada pelo relevo tabular dos terraços litorâneos, que, batidos pelas ondas do mar, dão lugar à formação de falésias com cinco, dez e vinte metros de altura. Na porção oriental da ilha de Marajó observam-se os mesmos traços de relevo. Aí a ocorrência de inundações não provém, de modo algum, das cheias do rio Amazonas, mas do difícil escoamento da água das chuvas, devido à total regularidade da superfície do terraço. A porção ocidental da ilha, baixa e sujeita a inundação pelas águas do rio, integra-se na várzea e pode ser vista como um delta interior, sujeito à deposição de aluviões.

Clima. É típico da região o clima quente e úmido, temperado pela chuva e pela vegetação luxuriante. São duas as estações, marcadas pelas precipitações pluviais: verão, de julho a outubro; e inverno, de novembro a junho, época das grandes chuvas. Observam-se no Pará os climas de tipo Af e Am de Köppen. O clima Af, quente e superúmido, só aparece em torno da cidade de Belém. Registra temperatura média anual de 26,5o C, 2.800mm de pluviosidade e ausência de estação seca. A temperatura máxima absoluta beira os 35o C, em janeiro/fevereiro, e a mínima, 19o C, em setembro/outubro.

O clima Am de tipo monção domina em todo o resto do estado, com temperatura média anual de 26,4o C, pluviosidade um pouco reduzida (2.000 a 2.500mm anuais) e a presença de curta e mal definida estação seca, de outubro a dezembro.

Hidrografia. As três bacias hidrográficas do estado -- a amazônica, a do Tocantins-Araguaia e a do Nordeste -- ocupam toda sua superfície total e perfazem um potencial energético de 5.325MW. A rede hidrográfica é comandada pelo rio Amazonas, o mais caudaloso do planeta, com descarga equivalente a um quarto da água despejada nos oceanos por todos os rios do mundo.

O Amazonas recebe no estado do Pará, pela margem direita, fluentes de grande porte, como o Tocantins, o Xingu e o Tapajós. Entre os da margem esquerda, bastante menores, figuram o Jari, o Trombetas, o Paru, o Jamundá e o Maicuru. Nos limites com o Maranhão corre o rio Gurupi. Na várzea do Amazonas, próximo à divisa com o estado do Amazonas, encontram-se numerosos lagos, entre os quais o Grande, o Grande do Curuaí, o de Itandeua e o do Poção. Na ilha de Marajó, existe ainda o lago Arari.

Flora e fauna. Praticamente todo o território estadual apresenta-se recoberto pela floresta amazônica, que se desdobra em dois tipos: a mata de terra firme, onde ocorre a castanheira; e a mata de várzea, onde cresce a seringueira. Registra-se ainda no Pará a ocorrência de campos limpos, nas várzeas de alguns dos rios ou na ilha de Marajó, e de cerrados, no baixo planalto de Santarém.

A vegetação é rica em produtos tradicionalmente explorados e que já constituíram a base da economia regional: a seringueira e outras árvores produtoras do látex (sorva, maçaranduba), a castanheira-do-pará, as madeiras de lei, malva, palmas diversas, timbó, guaxima e outras fibras. Com a abertura das grandes rodovias (Belém-Brasília, Transamazônica), a floresta nativa foi muito devastada para a abertura de campos para agricultura e pecuária. Como no caso de outras regiões da Amazônia, as agressões ao meio ambiente suscitaram constantes denúncias e preocupações.

A fauna do Pará é a amazônica, uma das mais ricas do mundo. A pesca, praticada em grande escala, é predatória e mal regulamentada. Algumas espécies de animais da região acham-se ameaçadas de extinção, inclusive mamíferos como a ariranha, o guará e o peixe-boi, além de várias espécies de tartaruga.