quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Goiás: Economia

Agricultura e pecuária. O setor agropecuário tem sido tradicionalmente a base da economia goiana. Nas três últimas décadas do século XX, Goiás foi uma das regiões de fronteira agrícola mais expressivas do país. Em muitas culturas, como soja, milho, arroz, feijão, tornou-se, naquele período, um dos maiores produtores do país. A principal área agrícola e pastoril do estado é a região do Mato Grosso de Goiás, onde se pratica uma agricultura diversificada, com arroz, milho, soja, feijão, algodão e mandioca.

Apesar de possuir o segundo rebanho do país, Goiás observa uma tradição de baixa produtividade, tanto em nível de fertilidade quanto de idade de abate dos animais, idade de primeira parição e produção leiteira. A bovinocultura de corte representa um segmento de importância fundamental para a economia do estado, tanto como fonte de divisas, pelos excedentes exportáveis, quanto pelo expressivo contingente de mão-de-obra ocupado nessa atividade. Nos pastos plantados em antigos terrenos florestais (invernadas) engordam-se bovinos, criados nas áreas de cerrado, e mantém-se um rebanho de gado leiteiro. O vale do Paranaíba é a segunda região econômica de Goiás e maior produtora de arroz e abacaxi. Cultivam-se também milho, soja, feijão e mandioca. É grande o rebanho de leite e corte.

A soja é o principal produto agrícola do estado. Introduzida em 1980, a cultura foi aperfeiçoada pela obtenção de sementes adaptadas ao cerrado e aplicação de calcário e outros elementos para combater a acidez do solo. Com o lançamento de novas variedades de grãos mais resistentes à armazenagem e às pragas, registrou-se forte aumento de produtividade. A cultura do milho é geralmente associada à criação de suínos e ao plantio de feijão. A cana-de-açúcar e a mandioca têm caráter de lavouras de subsistência e servem ao fabrico de farinha, aguardente e rapadura. O extrativismo vegetal inclui babaçu, casca de angico, pequi e exploração de madeira, principalmente mogno.

Energia e mineração. A produção e distribuição de energia elétrica no estado está a cargo das Centrais Elétricas de Goiás (Celg). As principais usinas hidrelétricas do estado são Cachoeira Dourada, São Domingos, ambas da Celg, Serra da Mesa e Corumbá I, ambas de Furnas. Parte da energia produzida por Furnas supere o Distrito Federal e a região Sudeste.

No subsolo de todo o estado existem importantes jazidas de calcário, já medidas e em condições de abastecer todos os municípios goianos, seja qual for o ritmo de crescimento do mercado de corretivos do solo. Há ainda jazidas consideráveis de ardósia, amianto, níquel, cobre, pirocloro, rutilo e argila, além de quantidades menores de manganês, dolomita, estanho, talco e cromita. Encontram-se ainda ouro, cristal-de-rocha, pedras preciosas (esmeraldas) e pedras semipreciosas. O estado possui excelente infra-estrutura para extração de minerais não ferrosos, principalmente ouro, gemas, fosfato e calcário, além de minérios estratégicos, como titânio e terras raras.

Indústria. Para tirar partido de sua vocação agrícola e de seus recursos minerais, a indústria goiana concentrou suas atividades inicialmente em bens de consumo não duráveis e, a partir da década de 1970, nos bens intermediários e na indústria extrativa. Em meados da década de 1990, o desenvolvimento industrial goiano era ainda incipiente, vulnerável aos constantes impactos negativos da conjuntura econômica nacional. Tal fragilidade reduzia significativamente o dinamismo do setor secundário, incapaz de beneficiar-se devidamente das vantagens proporcionadas pela agropecuária e pelas imensas reservas minerais. Observava-se, porém, uma tendência à diversificação, principalmente em setores da siderurgia.

Aumentaram consideravelmente os setores da indústria extrativa e da produção de minerais não-metálicos, bens de capital e bens de consumo duráveis. Um dos principais ramos industriais do estado, que, no entanto, não acompanhou a tendência ascendente dos outros setores nas três últimas décadas do século XX, foi o da produção de alimentos -- fabricação de laticínios, beneficiamento de produtos agrícolas e abate de animais -- concentrado nas cidades de Goiânia, Anápolis e Itumbiara. Setores novos dinamizaram-se nesse mesmo período, como as indústrias metalúrgica, química, têxtil, de bebidas, de vestuário, de madeira, editorial e gráfica. Um elemento coadjuvante de grande importância ao crescimento econômico foi a implantação dos distritos industriais, nos municípios de Anápolis, Itumbiara, Catalão, São Simão, Aparecida de Goiânia, Mineiros, Luziânia, Ipameri, Goianira, Posse, Porangatu, Iporá e Santo Antônio do Descoberto.

Transporte e comunicações. Na década de 1970, em consonância com as diretrizes federais, o estado de Goiás iniciou a implantação dos primeiros corredores de exportação, conceito que definiu rotas de transporte destinadas a ligar as áreas produtivas a algum porto, com prioridade para os excedentes agrícolas. Posteriormente, essas diretrizes foram aplicadas ao abastecimento, visando a articular os sistemas de armazenagem e escoamento de uma determinada área geográfica, de forma a adequar os fluxos das fontes de produção até os centros de consumo ou terminais de embarque, com destino ao mercado externo ou a outras regiões do país. No estado de Goiás estabeleceu-se uma rede rodoviária capaz de dar sustentação ao transporte das regiões produtoras de grãos e minerais para os pontos de captação de cargas ferroviárias de Goiânia, Anápolis, Brasília, Pires do Rio e Catalão.

Tal como ocorreu no restante do país, o transporte ferroviário e fluvial em Goiás foi relegado a segundo plano, devido à opção pelo transporte rodoviário. Na área de influência do corredor de exportação goiano, os principais troncos utilizados para atingir os pontos de transbordo ferroviário, sobretudo para a soja e o farelo, são: a BR-153, principal eixo de escoamento do norte de Goiás e de Tocantins, interligado ao ponto de transbordo rodo-ferroviário de Anápolis; a GO-060, que liga Aragarças a Goiânia, numa distância de 388km; a BR-020, que liga o nordeste de Goiás à região oeste da Bahia e a Brasília, onde está instalado outro ponto de transbordo; a BR-060, que liga Santa Rita do Araguaia/Rio Verde a Goiânia; a BR-452, que liga Rio Verde a Itumbiara, importante centro produtor e beneficiador de grãos, e segue até Uberlândia MG, onde está instalada uma rede de armazenagem de grande capacidade; e a BR-364-365, que liga Jataí a Uberlândia e atravessa a cidade de São Simão, outra opção para o escoamento da produção do sudoeste goiano.

Os jornais de maior circulação são O Popular, a Tribuna de Goiás, o Diário Oficial do Estado e o Diário do Município, em Goiânia. Em Anápolis, circulam A Imprensa e Tribuna de Anápolis; na antiga capital, Goiás, circula o Cidade de Goiás. Há várias emissoras de rádio em AM e FM. A principal emissora de televisão é a TV Anhangüera, pertencente à Organização Jaime Câmara.