sábado, 8 de maio de 2010

Minas Gerais: População

A população mineira é em sua maioria de ascendência portuguesa, com consideráveis contribuições de outras nacionalidades européias. Outro importante elemento de composição étnica é o africano. Fora do meio urbano encontra-se uma densa população rural no sul e no leste do estado, enquanto as partes norte e oeste apresentam baixa densidade demográfica. Os mineiros são mais conservadores que a média das outras populações brasileiras. A religião predominante é a católica romana, cujos cultos populares, procissões e festas são mantidos quase inalterados em muitos lugares.

A densidade demográfica apresenta grande variação entre as diversas microrregiões. É patente o contraste entre áreas de intenso povoamento, como a microrregião de Belo Horizonte, ou as microrregiões de Divinópolis e da Mata de Ubá, e áreas de população muito rarefeita, como as microrregiões dos Chapadões do Paracatu, Alto-Médio São Francisco e Mineradora do Alto Jequitinhonha.

De modo geral, o planalto cristalino é a área mais densamente povoada. Encontra-se aí a mais ampla área florestal do estado, em cujos solos se desenvolvem as principais atividades agrícolas, extrativas e industriais de Minas Gerais. Apenas duas porções do planalto cristalino apresentam pequenas densidades demográficas. São elas as de áreas de campos e cerrados do alto rio Grande e do extremo norte do planalto cristalino, onde as atividades agrícolas se acham relegadas a um plano secundário, sob domínio da pecuária extensiva. Fora do planalto cristalino, a ocupação humana se faz mais rala. Algumas áreas de maior densidade assinalam a presença da atividade agrícola associada a manchas florestais como a da mata da Corda, da mata de Jaíba e das florestas dos vales dos rios Paranaíba e Grande (Triângulo Mineiro).

A distribuição populacional aqui descrita resultou de uma lenta evolução cujas principais fases foram: (1) povoamento da serra do Espinhaço, sobretudo de sua extremidade meridional, e fundação das cidades de Ouro Preto, Mariana, Sabará, Caeté, Diamantina e outras, em virtude da exploração de minas de ouro e diamantes (século XVIII); (2) povoamento das áreas de campo cerrado, do oeste e norte do estado, inclusive o Triângulo Mineiro, e de campo do sul de Minas, com fazendas de criação para abastecimento da região de mineração (século XVIII); (3) povoamento agropastoril das áreas de mata do sul e leste do planalto cristalino (sul de Minas, zona da Mata mineira e vale do rio Doce) por populações deslocadas do Espinhaço devido à decadência das minas (primeira metade do século XIX); (4) intensificação do povoamento do planalto cristalino pela expansão da lavoura cafeeira, a partir do vale do rio Paraíba do Sul (século XIX); (5) povoamento das áreas florestais do oeste: mata da Corda e Triângulo Mineiro (primeira metade do século XX); (6) repovoamento da área meridional do Espinhaço a partir da fundação de Belo Horizonte e do desenvolvimento das indústrias têxtil e siderúrgica (primeira metade do século XX); (7) ocupação das últimas reservas florestais do estado, no nordeste do planalto cristalino e na região de Montes Claros (segunda metade do século XX).

Rede urbana. O território mineiro participa das áreas de influência das duas grandes metrópoles nacionais, as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. A primeira comanda a maior parte do estado. Estão sob seu domínio o oeste, o norte, o centro e o leste do estado. Nessas áreas a influência da metrópole fluminense se faz sentir por intermédio de centros intermediários como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Governador Valadares, Montes Claros, Caratinga e Teófilo Ottoni.

Belo Horizonte, capital político-administrativa e maior cidade do estado, é o centro de uma ampla área metropolitana. Sua área de influência compreende o oeste, o norte e o centro do estado. Aí se encontram os centros intermediários de Montes Claros, no norte; Patos de Minas, no oeste; Barbacena, Divinópolis, Coronel Fabriciano, Ipatinga e Ponte Nova, no centro.

No sudeste do estado (zona da Mata mineira), a influência de Belo Horizonte cede lugar à de Juiz de Fora, segunda cidade do estado, ligada diretamente ao Rio de Janeiro. Essa, por sua vez, tem uma porção de sua área tributária comandada em parte por Muriaé. No leste do estado dominam dois centros diretamente ligados ao Rio de Janeiro, Governador Valadares, principal cidade do vale do rio Doce, e Teófilo Ottoni, que tem a mesma importância relativa no nordeste do estado. A primeira dessas cidades serve também a parte do Espírito Santo e a segunda, a parte da Bahia.

A área de influência de São Paulo compreende o Triângulo Mineiro e o sul de Minas. Podem-se distinguir aí sete subáreas: uma que se encontra sob o domínio direto da capital paulista, a região de Itajubá e Pouso Alegre, no extremo sul do estado; e outras seis sob o comando dos centros intermediários de Ituiutaba, Uberlândia, Uberaba, Varginha e das cidades paulistas de Ribeirão Preto (zona de Passos) e Campinas (zona de Guaxupé). As cidades mais populosas do estado, pela ordem, são: Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Uberlândia, Governador Valadares, Uberaba, Ipatinga, Betim, Divinópolis, Ribeirão das Neves, Sete Lagoas, Teófilo Ottoni, Santa Luzia, Caratinga, Poços de Caldas, Patos de Minas, Barbacena, Araguari, Ibirité, Sabará, Conselheiro Lafaiete, Varginha, Coronel Fabriciano, Januária, Ituiutaba e Muriaé.