quarta-feira, 12 de maio de 2010

São Paulo - SP

Números

Fundação: 25 de janeiro de 1554
Área: 1.522,986 km²
População: 11.037.593
Densidade: 7.216,3 hab / km²
Altitude: 792 m

A cidade

Um século de crescimento acelerado transformou a cidade de São Paulo no maior centro financeiro, industrial e populacional do Brasil e numa das maiores aglomerações urbanas do mundo, com o progresso e a contrapartida de problemas gigantescos que essa situação acarreta.

São Paulo, capital do estado do mesmo nome, situa-se no chamado planalto Paulistano, a uma altitude média de 800m e a 89 quilômetros do oceano Atlântico, do qual está separada pela serra do Mar. Está assentada numa bacia de sedimentação constituída por argilas e areias que datam do plioceno, pleistoceno e holoceno, numa depressão do grande planalto Atlântico. O rio Tietê corta a bacia na direção leste-oeste, e alguns de seus afluentes, como o Pinheiros, o Tamanduateí, Anhangabaú e outros rios menores, formaram uma série de colinas onde se alojam numerosos bairros. A cidade tem clima tropical temperado de altitude, com temperatura média anual de 19° C e índices pluviométricos anuais de 1.300mm. Sua posição geográfica torna-a um centro natural de comunicações com o interior do Brasil e com a antiga capital brasileira, o Rio de Janeiro.

Desenvolvimento urbano. Para sudoeste, o planalto Paulistano estende-se em direção a Cotia e Itapecerica da Serra; para o sul, o planalto é interrompido pela escarpa da serra do Mar. Para sudeste, o vale do Tamanduateí abriu um caminho natural em direção à serra do Mar e por ele espalham-se os subúrbios industriais do ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema). Para leste, seguindo o vale do Tietê, a cidade cresceu em direção a Poá e Itaquaquecetuba. Para nordeste, subiu as colinas e os primeiros contrafortes da serra da Cantareira, em direção a guarulhos e Mairiporã.

O núcleo da cidade, uma colina entre os vales do Tamanduateí e do Anhangabaú, a oeste, expandiu-se lentamente durante três séculos pelas margens dos riachos que recortavam a região, onde o casario desordenado se agrupava. O surto cafeeiro acelerou o povoamento e deu início ao arruamento dos vales, à canalização dos rios e à ocupação das colinas do oeste, onde se estenderiam as avenidas Paulista e Angélica. Ao crescer, a cidade invadiu os terrenos em torno, que, embora relativamente planos, são cortados por barrancos profundos.

Com o advento do parque industrial no século XX, a cidade conheceu um novo surto de progresso e irradiou-se para muito além dos limites do centro. O crescimento acelerado impôs a necessidade de soluções urbanísticas planificadas. Surgiram túneis, viadutos para o escoamento do tráfego sobre as depressões, avenidas perimetrais para a ligação dos bairros e largas artérias radiais para a penetração nos subúrbios. Os municípios vizinhos incorporaram-se à metrópole e criou-se a microrregião da Grande São Paulo.

A colina onde nasceu a cidade converteu-se na região central, coberta de edifícios altos que se agigantam sobre a catedral. Constitui-se de duas áreas distintas, separadas pelo vale do Anhangabaú e unidas pelo viaduto do Chá. A parte mais antiga, a do famoso "triângulo", é formada pelas ruas Direita, Quinze de Novembro, e São Bento; a mais nova pelas ruas Barão de Itapetininga, Vinte e Quatro de Maio, Marconi, avenida Ipiranga etc. A primeira caracteriza-se por um traçado acanhado, a segunda por ruas largas e retas. Suas funções também são diversas. O setor mais antigo, onde se localizam a catedral de São Paulo (largo da Sé), o pátio do Colégio (onde a cidade se originou) e as igrejas de São Bento e São Francisco, é o centro bancário e financeiro. O trecho mais recente é zona de comércio, com edifícios modernos, galerias e grandes lojas de departamentos.

A cidade cresceu em todas as direções e, nos bairros mais próximos ao centro, desapareceram quase completamente as antigas mansões de estilo colonial, baixas e ajardinadas. A leste do centro urbano, o parque D. Pedro II é um oásis verde no concreto da cidade e a oeste o bairro comercial prolonga-se até a praça da República. Os bairros residenciais e industriais estendem-se por muitos quilômetros ao redor do centro e a cidade apresenta ao observador a imagem de um crescimento avassalador que devora constantemente hectares de terras. A partir do centro, em direção sul e sudoeste, surgiram, depois da abertura da avenida Nove de Julho e do túnel sob a avenida Paulista, os bairros residenciais das classes média e rica, conhecidos sob a designação genérica de "Jardins".

Na direção norte localizam-se os bairros fabris e comerciais até o Tietê. Do outro lado do rio estão bairros residenciais operários ou mistos. Para o leste estendem-se bairros residenciais onde a indústria já começa a se instalar. A oeste e sudeste, situam-se bairros industriais e operários. Os bairros mais populosos da cidade são Santo Amaro, Vila Prudente, Tucuruvi, Capela do Socorro, Butantã, Saúde, Tatuapé, Santana, Jabaquara e Vila Matilde. Os distritos mais populosos são Itaquera, São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo, Guaianases e Itaim Paulista.

Entre os mais graves problemas da cidade está o da habitação. Existem centenas de aglomerações habitacionais marginais, favelas horizontais que abrigam a população de baixa renda, desempregada ou subempregada. No primeiro cadastro sobre as favelas do Brasil e divulgado em 1994, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contou mais de mil favelas na cidade.

A imigração estrangeira marcou a fisionomia de muitos bairros de São Paulo. O Bom Retiro tem a marca dos imigrantes árabes, que ali instalaram o comércio atacadista de tecidos, confecções e armarinhos; o Brás e o Bexiga lembram seus antigos habitantes italianos; e a Liberdade mantém as tradições dos japoneses que ali se instalaram na década de 1940. Ainda se realizam as festividades típicas como a Festa da Flor, em abril, a Festa da Estrela, em junho, e, no último dia do ano, a distribuição de bolinhos de arroz. O fluxo migratório continuou nos últimos decênios do século XX devido à afluência de brasileiros de outros estados.

História. A cidade originou-se de uma pequena povoação de indígenas que o jesuíta Manuel da Nóbrega fundou em 1554 nas imediações de um colégio dedicado a São Paulo, situado no planalto de Piratininga, entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú. A missa inaugural do colégio, onde viveu o padre José de Anchieta, foi rezada em 25 de janeiro de 1554. Quatro anos depois, o núcleo foi elevado à categoria de vila, e iniciou-se a vida administrativa paulistana. Em 1681 a vila passou a ser a sede da capitania de São Vicente.

Em 1711 recebeu foros de cidade por decisão de D. João V e tornou-se capital da capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Nos séculos XVI e XVII foi ponto de partida dos bandeirantes. A partir do início do século XVIII, São Paulo conheceu um longo período de decadência econômica e estagnação urbana, que se caracterizou por uma nova atividade, a de comércio com as minas de Mato Grosso, através da rede fluvial. Em 1822 a cidade teve papel importante na independência brasileira. Foi ali que D. Pedro I declarou a ruptura dos laços entre Brasil e Portugal.

No começo do século XIX, São Paulo conheceu uma nova função, a cultural, com a criação da faculdade de direito, inaugurada em 1828. Caracterizou-se como uma cidade acadêmica e passou a manter comunicação maior e mais constante com o resto do Brasil. Seu núcleo urbano praticamente não se alterara e a colina em que os jesuítas haviam instalado o colégio e a igreja, em 1554, continuava a definir o espaço da cidade. Por volta de 1870 três novos e decisivos fatores contribuíram para uma profunda transformação -- a expansão cafeeira, o advento da estrada de ferro e o grande surto de imigrantes europeus.

Centro de transações de uma das regiões produtoras de café mais importantes do mundo, dotada de uma rede de ferrovias que se expandia e com uma crescente população européia em busca de trabalho e riqueza, a cidade conheceu um surto de desenvolvimento urbano e populacional contínuo na segunda metade do século XIX. Nesse período edificou-se o Teatro Municipal (1911), realizou-se um amplo programa de obras de saneamento e pavimentou-se cerca de um milhão de metros quadrados de ruas.

Intensificado a partir da primeira guerra mundial, o surto de desenvolvimento urbano, com a criação do parque fabril, mudou de forma acelerada a fisionomia da cidade e tornou São Paulo a cidade mais populosa do Brasil. Nessa fase a indústria local produzia todos os bens essenciais de consumo: vestuário, mobiliário, alimentação, bebidas, materiais de construção, fundições e oficinas mecânicas. Instalou-se e cresceu um setor essencial para a cidade, os serviços financeiros.

A vida municipal de São Paulo modificou-se com a vitória da revolução de 1930. Os prefeitos deixaram de ser eleitos pelo povo e passaram a ser nomeados pelo governador ou pelo interventor federal no estado. Os principais empreendimentos dessa fase incluem o início da construção do estádio do Pacaembu, a abertura de avenidas perimetrais de irradiação, a conclusão da avenida Nove de Julho, o alargamento de ruas e praças e a retificação do rio Tietê, que resultou num encurtamento de seu curso em vinte quilômetros.
Com o fim do Estado Novo, em 1945, a cidade foi incluída numa lista de bases e portos militares considerados de importância excepcional para a segurança nacional. Em 1952 São Paulo reconquistou a autonomia municipal, perdida novamente com o movimento de 1964, que determinou a nomeação do prefeito pelo governador do estado. O último prefeito eleito nesse período foi o brigadeiro José Vicente Faria Lima, quem promoveu uma profunda alteração na paisagem urbanística.

Faria Lima realizou o primeiro grande estudo para o planejamento da cidade, o Plano Urbanístico Básico para São Paulo. Em sua administração abriram-se as avenidas Vinte e Três de Maio, Rubem Berta, Sumaré e Radial Leste, bem como as marginais do Tietê e do rio Pinheiros. Construíram-se também viadutos, mercados distritais e logradouros como a praça Roosevelt, no coração da cidade. Na mesma época foi criada a Companhia do Metrô e promoveram-se estudos para perfuração de túneis subterrâneos, seguindo o traçado prévio das linhas de metrô, para desafogar o sistema de transportes. A partir dessa época, São Paulo começou a apresentar taxas de crescimento inferiores às do interior do estado.

O desenvolvimento acelerado da cidade durante praticamente todo o século XX resultou em graves problemas de poluição ambiental, um problema grave para a saúde pública. As dezenas de milhares de indústrias da cidade lançam no ar e nos cursos fluviais da capital centenas de toneladas de rejeitos sem tratamento; as moradias sem infra-estrutura de saneamento têm o esgoto a céu aberto, que deságua nos cursos fluviais ou penetra a terra e contamina os lençóis freáticos; e os veículos automotores que circulam pela cidade emitem vastas quantidades de monóxido de carbono.

Em 1992 foi iniciado o maior projeto de saneamento da América Latina, o projeto Tietê, que se destinava a despoluir o rio Tietê e sua rede de 1.500km de afluentes até o ano 2005. O projeto conseguiu reduzir substancialmente o despejo de esgotos e detritos industriais nas águas do Tietê e buscava aprofundar seu leito em mais de três metros, uma vez que a deposição de sedimentos foi responsável por desastrosas enchentes na cidade no início da década de 1990.

Economia. Com a maior aglomeração urbana e o maior e mais diversificado parque industrial do país, São Paulo teve primeiro na agropecuária e mais tarde no café a base de seu poderio econômico. A partir da crise do café, ocorrida no final da primeira guerra mundial, e sobretudo depois da prolongada recessão mundial da década de 1930, a base econômica que sustentava a cidade teve necessariamente de ser ampliada. Surgiu e cresceu de forma impressionante uma indústria pujante que deixou o café em segundo plano na economia da cidade. Na Grande São Paulo estão instaladas as maiores indústrias nacionais de material de transporte (que incluem a indústria automobilística e a de autopeças), as grandes indústrias mecânicas, metalúrgicas, com destaque para as de máquinas e equipamentos pesados, e numerosas indústrias de alimentos, vestuário, têxteis em geral, calçados, produtos químicos, matérias plásticas, produtos farmacêuticos etc.

As atividades financeiras -- bancos, seguros e bolsa de valores -- fazem de São Paulo um centro financeiro cuja influência ultrapassa os limites do estado. A receita orçamentária arrecadada pelo município da capital paulista supera a de quase todos os estados brasileiros, com exceção apenas das do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A irradiação econômica da metrópole paulista estende-se pelo centro e o sul do Brasil e, graças às novas vias de transporte e ao aproveitamento internacional do rio Paraná, faz-se sentir também no distante Paraguai. Na aglomeração urbana paulistana, é famosa a região do ABCD, onde se concentram as indústrias têxtil, cerâmica, eletrônica, química, farmacêutica, automobilística e de calçados. Os setores de comércio e serviços desempenham também um papel de relevo no conjunto da economia da cidade, que é o maior parque exportador, importador e reexportador do país e seu maior centro comercial.

O transporte urbano conheceu notável melhoramento com a inauguração do sistema do metrô, que em meados da década de 1990 estendia-se por 43,6km. O terminal do Tietê, inaugurado em 1982, é a mais moderna estação rodoviária do Brasil e a segunda do mundo, ultrapassada apenas pela de Nova York. O transporte de massas, porém, ainda não atende às necessidades da população.

A cidade é um dos mais movimentados entroncamentos de rodovias e ferrovias do continente. Para ela confluem modernas estradas pavimentadas que a ligam ao Rio de Janeiro (BR-116, chamada nesse trecho de rodovia Presidente Dutra), a Santos (via Anchieta e rodovia dos Imigrantes), ao interior do estado (via Anhangüera, rodovia Castelo Branco e rodovia dos Bandeirantes ou via Norte), ao sul do país (via Régis Bittencourt), a Belo Horizonte e a Brasília. A construção da rodovia dos Trabalhadores veio aliviar o intenso tráfego de veículos na Presidente Dutra. A cidade de São Paulo conta ainda com dois aeroportos importantes: Congonhas, para vôos domésticos, e Cumbica, em Guarulhos, para vôos domésticos e internacionais.

Nas comunicações, a cidade apresenta a mesma pujança vista nos demais setores. No final do século XX, tinha mais de duas dezenas de emissoras de rádio AM e FM; uma dezena de emissoras de televisão (VHF, UHF e por assinatura); mais de uma dezena de jornais diários e diversas revistas semanais, além de manter contato com os maiores centros urbanos mundiais por rádio, telefone e telégrafo.

Cultura. Quase todos os arquitetos mais notáveis que no século XX trabalharam no Brasil têm em São Paulo algum exemplar de sua obra. A riqueza gerada pela cidade reflete-se ainda na grande quantidade de obras de arte, antigas e modernas, recolhidas em seus museus, entre os quais se destacam o de Arte Brasileira, o de Arte de São Paulo (MASP), o de Arte Moderna (MAM), o de Arte Contemporânea, o Paulista, Museu de Arte Sacra e o Lasar Segall, além de diversos outros, históricos, de ciências e técnicas.

A cidade é sede de três instituições de ensino superior de grande renome no cenário nacional -- a Universidade de São Paulo (USP), a Pontifícia Universidade Católica (PUC) e a Universidade Mackenzie, além de um grande número de instituições isoladas. Entre as instituições culturais e científicas paulistas, destacam-se o Instituto Butantã, que fabrica soros e vacinas para venenos de cobras e insetos, o Instituto Adolfo Lutz de Pesquisas Científicas, a Academia Paulista de Letras e o Instituto de Energia Atômica.

São Paulo é sede de eventos de repercussão nacional e internacional, como a Bienal de Artes Plásticas e Visuais e a Bienal do Livro; a Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit) e a Feira de Utilidades Domésticas (UD), com a participação de empresas nacionais e estrangeiras; o grande prêmio Brasil de fórmula 1, no autódromo de Interlagos; e a tradicional corrida de São Silvestre, no dia 31 de dezembro.

São expressão do valioso acervo arquitetônico da cidade a basílica de São Bento, construída no início do século XX; a igreja e convento da Luz (1579), que abriga um museu sacro; a Ordem Terceira do Carmo (1632); a igreja de São Gonçalo, construída em 1756 e tombada pelo patrimônio histórico e artístico; e o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1989. São Paulo oferece também numerosas casas teatrais e parques, entre os quais destacam-se o da Cantareira, o da Água Funda, com orquidário, e o do Ibirapuera, que dispõe de museus, planetário, pavilhão de exposições, parque aquático e quadras de esportes.

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