terça-feira, 25 de maio de 2010

Recife - PE

Números

Fundação: 12 de março de 1537
Área: 217,494 km²
População: 1.561.659
Densidade: 7.180,2 hab / km²
Altitude: 4 m

A cidade

Considerada uma espécie de capital do Nordeste e centro de intensa atividade comercial, Recife também conserva viva a lembrança de momentosos episódios históricos e antigas tradições populares.

Recife, capital do estado de Pernambuco, situa-se no litoral, numa planície de aluvião limitada por colinas em arco que vão de Olinda, ao norte, até Prazeres, ao sul. Os arrecifes, que lhe deram o nome, formam a corda desse arco. Os rios Capibaribe e Beberibe, com foz no bairro do Recife, cortam o núcleo urbano. A região sofre a influência dos ventos, mar e rios. Com clima tropical, quente e úmido, a temperatura média é de 25°C e a precipitação anual alcança 1.700mm.

O início da ocupação da região de Recife data de 1534, quando D. João III de Portugal doou a capitania de Pernambuco a Duarte Coelho Pereira, que fundou as vilas de Igaraçu e Olinda, escolhendo esta para sede do governo. Situada sobre uma colina, em posição mais interiorizada, Olinda passou a utilizar-se do porto da atual Recife, abrigado e seguro, e que se resumia, em 1548, a um pequeno núcleo de pescadores e marinheiros.

A capitania de Duarte Coelho obteve grande prosperidade, decorrente da exportação do pau-brasil e da produção açucareira, o que acelerou as atividades portuárias e promoveu o progresso da povoação, então chamada Povoação dos Arrecifes, ou Ribeira Marinha dos Arrecifes. O aglomerado, porém, estava longe de constituir uma vila, contrastando acentuadamente com Olinda, da qual dependia sob todos os aspectos.

O real desenvolvimento de Recife começou em 1630, devido ao domínio dos holandeses, que lá encontraram condições favoráveis e semelhanças físicas com seu país de origem, em oposição a Olinda, que terminaram por incendiar. Com a vinda de grande massa da população de Olinda, iniciou-se uma nova fase para Recife. Devido à exigüidade da península, os holandeses principiaram os aterros do lado da bacia do Beberibe, ocupando também a ilha de Antônio Vaz, hoje Santo Antônio.

Quando, em 1637, Maurício de Nassau chegou ao Brasil, na qualidade de governador-geral, Recife já possuía vida própria. Deve-se a ele, no entanto, a fixação definitiva da cidade em seu sítio atual. Estabelecendo-se na ilha de Antônio Vaz, deu início a um plano de urbanização para o levantamento da chamada Cidade Maurícia, que se tornou o centro do núcleo urbano, situação que se mantém até hoje na estrutura funcional de Recife.

Após o domínio holandês, que teve fim em 1654, continuou o desenvolvimento do povoado, que, graças ao movimento do porto, passou à categoria de vila em 1710. Isso contrariou os senhores-de-engenho da reconstruída Olinda, motivando a revolta de cunho nativista conhecida como guerra dos mascates. Em 1711, a instalação da alfândega causou novo surto de progresso. Elevada a cidade em 1823 e a capital da província quatro anos depois, Recife foi palco, durante toda a primeira metade do século XIX, de uma série de insurreições, quase todas de caráter nativista, destacando-se a Confederação do Equador (1824) e a revolução praieira (1848).

A função portuária ganhou novo impulso com as exportações de algodão. No fim do século XIX Recife havia alcançado grande progresso como empório comercial. Seu crescimento passou então a ser garantido pela implantação de indústrias, que se acelerou no século XX, sobretudo depois da criação da Sudene. A função industrial é, hoje, a atividade fundamental da economia recifense, com uma maior participação, no valor da produção, dos ramos têxtil e alimentar. Desenvolveu-se a indústria metalúrgica, química, a de transformação de minerais não-metálicos e fábricas de utensílios, azulejos, vidro e muitas outras.

Também o comércio representa uma atividade básica da cidade, servindo, no atacado e no varejo, a uma vasta área, que se estende até Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. O desenvolvimento da capital e as pressões demográficas da zona rural deram origem a um processo de êxodo acelerado, acarretando, na cidade, altas taxas de desemprego e subemprego. Os grupos marginalizados passaram a construir suas habitações sobretudo nos mangues e elevações, formando os mocambos, aglomerados onde vivem em precárias condições.

A partir do núcleo inicial, constituído pelas ilhas de Recife (que desde o início concentrou a função portuária) e Santo Antônio (centro administrativo e comercial da cidade), a expansão dos bairros e subúrbios realizou-se em cinco direções principais: para oeste, seguindo o curso do Capibaribe, localizam-se os bairros de Boa Vista, Aflitos, Graças, Casa Amarela, Casa Forte, Apipucos e Dois Irmãos; a noroeste, onde correm os riachos Jiquiá e Tijipió, estão Afogados, Areias e Tijipió; paralelamente à costa, rumo norte, acham-se Santo Amaro, Tacaruna. Peixinhos, Campo Grande e, um pouco além, a cidade de Olinda; e, rumo sul, as praias de Pina e Boa Viagem continuam o tecido urbano até Jaboatão. No local das batalhas dos Guararapes, que apressaram o fim do domínio holandês em meados do século XVII, situa-se hoje o aeroporto internacional dos Guararapes.

Recife foi palco de alguns dos mais importantes episódios da história do Brasil, e esse passado está presente em inúmeros monumentos históricos, como os fortes do Brum, construído pelos holandeses (1629), e das Cinco Pontas, também holandês (1630), onde foi fuzilado frei Caneca. Entre os monumentos religiosos, destacam-se, entre outros: a igreja da Ordem Terceira de São Francisco e o convento franciscano de Santo Antônio (1606, restaurados em 1859), com a capela Dourada (1697); a igreja do Santíssimo Sacramento-matriz de Santo Antônio (1753-1791), com sua fachada manuelina e altares barroco e neoclássico; a basílica e convento de N. S. do Carmo (1663); a catedral de São Pedro dos Clérigos (1782); a igreja Madre de Deus (1715). Os principais museus são os do Homem do Nordeste, o Francisco Brennand, o Arqueológico e Geográfico de Pernambuco e o Franciscano de Arte Sacra. De grande interesse é a Casa da Cultura, antiga Casa de Detenção (1855-1867, restaurada em 1975).

Além do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, o ensino superior, inaugurado com a Faculdade de Direito de Recife, conta com várias universidades, como a Rural, a Católica, a de Pernambuco e a Federal.

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